Quem fala obscuramente / em qualquer sítio das minhas palavras / ouvindo-se a si próprio?

Manuel António Pina, O jardim das oliveiras

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todos os sítios é um trabalho realizado na cidade de Braga entre 2018 e 2020 que reflete sobre a paisagem contemporânea a partir da ideia de sítio. O sítio surge do encontro entre a câmera fotográfica e um determinado lugar; relação que começa por conferir uma condição geográfica e fisicamente concreta, para lhe atribuir uma dimensão mental,
da ordem do imaginário, revelada enquanto fotografia.

 

O sítio assume também a sua origem obscura, do ato de sitiar, que enfatiza e metaforiza um carácter latente dos lugares fotografados: estes lugares, perfeitamente imbuídos na realidade quotidiana, não são reconhecidos enquanto tal, enquanto lugar ou, mesmo, enquanto paisagem.
Os sítios não são lugares. Serão, eventualmente, lugares sitiados.

 

Esta série inicia-se enquanto trabalho e dissertação final do Mestrado em Fotografia da Escola das Artes da Universidade Católica (EAUCP), posteriormente desenvolvido numa exposição para os Encontros da Imagem e para um artigo no Journal of Tecnhology and Sciences of the Arts da EAUCP. 

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